Neste artigo, vamos mergulhar profundamente na estreita relação entre breathwork e consciência.
Respiração é vida, ouvimos frequentemente. E disso não temos dúvidas: para nos leres neste momento, tens que estar a respirar!
Mas, na verdade, respiração está tão intimamente ligada à vida que, em diversas culturas à volta do mundo, ela é considerada o próprio espírito.
Por exemplo, de acordo com a Bíblia, Deus, ao criar Adão, pegou num pedaço de barro e soprou vida nele. Os gregos usam a mesma palavra – pneuma – para respiração e espírito. Nos ensinamentos do Yoga, a força vital que anima toda a vida é chamada de prana. E a principal fonte de prana para o ser humano é o ar: ao respirarmos, absorvemo-lo nos nossos corpos.
Mas não ficamos por aqui! A palavra hebraica rauch significa respiração e espírito. Em Latim, spiritus é a palavra usada para respiração e espírito. Já nas ilhas havaianas, ha significa sopro da vida, e é tão importante que é um componente importante do idioma: a palavra Hawai é composta por Ha (sopro de vida) + Wai ( que significa água ou o deus supremo ou consciência original). Finalmente, o cumprimento tão associado ao surf – Aloha – significa “eu saúdo-te com a minha respiração”.
Ao longo destas semanas, e destes artigos, fomos desvendando como o poder da respiração consciente vai além dos inegáveis benefícios para a saúde física. Passámos pela transformação e libertação emocional, inspiração, foco e clareza mental e, por fim, abrimos as portas à totalidade espiritual.
Mas… o que é que isto significa?
Breathwork e consciência
Uma vez mais, os antigos – desde os sábios taoístas, yogis, xamãs a monges e outros mestres – sabem há milénios que a respiração é um caminho para atingir níveis mais elevados de consciência. A maioria das pessoas não percebe que ao respirar de uma forma meramente superficial terá a sua energia física e qualidade de vida limitadas. Assim, restringe, também, a sua capacidade de acessar a níveis mais profundos de si.
Neste contexto, espiritualidade desconecta-se de qualquer conceito religioso: trata-se, sim, de explorar e experimentar a nossa multidimensionalidade, unindo o físico, o mental, o emocional e o espiritual, recordando-nos a nossa totalidade inata.
Mente Superconsciente ~ Eu Superior
Se no último artigo falámos na mente subconsciente, desta vez, exploramos a mente superconsciente, que é a parte da nossa mente que está unida à inteligência universal. O Eu superior está além da mente, além da personalidade. Representa o aspecto divino e eterno de quem somos. O poder da respiração abre um portal para a mente inconsciente mas também para a parte de nós que é maior do que a nossa personalidade individual. Cria, assim, uma conexão directa com esse Eu autêntico e com essa inteligência infinita, que é a nossa essência divina. E isto pode levar-nos a experimentar estados de pura presença, êxtase e conexão.
Em suma: o breathwork permite-nos conectar conscientemente com os aspectos mais elevados da nossa realidade. Como é que isto se traduz, na prática? Não há regras. Por vezes, os praticantes têm experiências, visões, sensações, insights ou intuições, à medida que se tornam conscientes de outras dimensões e aspectos superiores do Self. Outras vezes, o trabalho é mais físico ou emocional.
Mas uma coisa é certa: de cada vez que realizamos uma sessão de respiração, tornamo-nos mais claros, mais leves e aumentamos, permanentemente, a nossa frequência vibratória.
Vamos abraçar a totalidade de quem somos?
Desejamos-te práticas poderosas e profundas!
Bárbara Luna